Esta é Leona, uma cadela muito educada, carinhosa, dedicada, meiga e fiel. Um dia um determiado "ser humano" a adotou, mas com o passar de alguns meses talvez por ela não ser do tamanho que gostaria, a abandonou nas ruas de minha cidade. Na minha rua em especial, ela foi tratada com um pouco de solidariedade. Os moradores a alimentavam com restos de alimentos e, assim, ela foi ficando, dormia enroladinha na grama ou no meio da rua para sentir o calor das pedras que ficavam aquecidas pelo sol. Depois de seis meses, ela estava triste e cabisbaixa pois o "ser humano" que a tinha abandonado não voltou mais para buscá-la, mesmo ela tendo esperanças. Pela primeira vez, entrou no cio, também não tinha ninguém para cuidar dela, ajudá-la decidir se já era hora de ser mãe ou ainda era muito nova com seu corpo imaturo ...Então vários cães corriam desesperadamente atrás dela e a disputavam, ela já estava cansada e debilitada quando sua barriga começou a crescer e as noites de inverno com temperaturas negativas a judiavam, a grama e a calçada não mais a aqueciam. Mas em um determinado dia minha amiga Débora procurou-me e sugeriu que eu a adotasse, fiquei pensativa pois já tinha cinco cães e uma gata e lecionava o dia todo, porém não suportava mais ver aquele animal indefeso, sofrendo frio e fome, enquanto os meus usavam roupas e comiam muito bem. Então resolvi adotá-la. A minha amiga Jane também a adotou, fez até casinha para ela no porão onde ainda não tinha nem um habitante canino. Leona ficou muto feliz e agradecida, cada dia ficava mais linda, até que chegou o dia de ganhar seus filhotes e então resolveu que ali no porão poderia ser perigoso pois tinha muitos cães por perto. E numa manhã gelada ganhou seus filhotes em um porão de outra casa muito apertadinho, mas a minha vizinha Cleonice, que também gostava muito dela encontrou o seu ninho e a minha amiga Marta com seu marido e filhas me ajudaram pegar os sete filhotes daquele porão e acomodá-los em uma cama quentinha e a Leona voltou para minha casa. Cuidei de seus filhotes, achei quem os adotasse, com ajuda de minha amiga e dinda da Leona, Débora. Depois fiquei com ela, a castrei fiz vacinas, dei muito amor, e recebi muito mais em troca. Nos tornamos cumplices e companheiras, nos entendiamos pelo olhar, ... jamais esquecerei os saltos que dava quando eu chegava do trabalho e ia alimentá-la , dar e receber carinho. Depois de um ano que estava comigo, eu já não imaginava minha vida sem ela, meu BB grandão. Continuava amando os outros cães que tenho, mas tinha um chamego especial por ela. Mas um outro " ser humano" veio e a envenenou , ela sofreu horrores, me chamou na madrugada, correu, gritou, pediu socorro, mas não pude ajudá-la ... QUE TIPO DE CRIATURA É ESSA QUE FOI CAPAZ DE MATAR, COM TAMANHA CRUELDADE, UM SER INDEFESO COMO MINHA LEONA?
É MELHOR EU NÃO DESCOBRIR ....
SERÁ QUE ALGUÉM, EM ALGUM LUGAR, PODE MUDAR ESSA REALIDADE DE CRUELDADE COM OS ANIMAIS? ELES NÃO SÃO EM HIPÓTESE ALGUMA, MENOS DIGNOS DE VIVEREM E SEREM RESPEITADOS.
